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Gacc visita famílias de ex-acolhidos no interior

Uns felizes por terem vencido o câncer, e outros só com a lembrança dos filhos que partiram para o plano espiritual. Assim, foi o misto de emoções que sucederam a última sexta-feira (11), onde uma equipe do Grupo de Apoio à Criança com Câncer de Sergipe (GACC/SE), foi visitar estas famílias, e na ocasião, doaram cestas básicas e palavras de carinho a quem tanto valoriza a instituição.

O caso da garota Carina dos Santos, que foi diagnosticada com câncer aos 13 anos de idade, mas venceu a Leucemia há dez, é surpreendente. Ela completará 24 anos no dia 24 de dezembro, mora sozinha, é paraplégica devido à sequela da doença, mas mesmo assim, realiza os trabalhos diários de casa e de sua vida, com total precisão.

A estudante que nasceu em Lagarto (SE), destacou que foi um choque para ela, receber a notícia de que estava com câncer, mas que sua maior preocupação, foi a de perder os cabelos. Ela relatou que o GACC foi um suporte psicológico, pois até então, quando disseram que ela estava com Leucemia, não tinha ciência de que era um tipo de câncer.

“Sempre fui bem atendida no GACC, tive todo carinho de todo mundo e gostava de ficar na casa de apoio conversando e brincando com as crianças, saía muito e tenho saudade das festinhas, e do vídeo que foi feito para Messias (um ex-assistido que faleceu). A Carina de antes era uma menina sapeca, muito travessa, mas hoje amadureci mais um pouco, não vou dizer que não sou sapeca, pois ainda apronto um pouquinho, mas depois da perda da minha avó, aprendi a dar mais valor à vida, e tudo ao meu redor. Não me importei com o fato da doença em si, mas foi uma vitória e me orgulho muito de dizer que eu venci o câncer, como muitos dariam tudo para acontecer. Meu maior arrependimento foi o de não ter respeitado a minha avó como ela merecia”, declarou Carina, muito emocionada.

Quase formado em Matemática pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), o também Lagartense Alex Ferreira, de 26 anos, descobriu que estava doente aos 14 anos e após tratamento, venceu o câncer nos rins. Ele advertiu que foi acompanhado pelo GACC durante quatro anos, e que hoje em dia, vive normalmente só com um rim.

O estudante relatou que após ser curado, seus pensamentos mudaram muito e que o sofrimento não foi à toa, pois após a enfermidade e vitória, passou a valorizar cada segundo da vida. “O GACC me ajudou no momento que mais precisei, pois eu não tinha parentes em Aracaju, não conhecia nada, e lá fui acolhido da melhor maneira possível. A casa é cheia de alegria. Percebi que, uns respeitam os outros e a harmonia prevalece. Digo a cada pessoa que valorize suas vidas, pois a batalha pela qual passei foi difícil, e vi muitos indo embora”.

A mãe de Alex, dona Adília Costa Alves, se comoveu ao falar da luta que o filho passou, mas destacou que o GACC foi essencial na vida deles. “Eu me caçei e não me achei, quando descobri a doença do meu filho. Mas hoje, agradeço muito pelo acolhimento que nos foi dado, e fico emocionada por vê-lo curado. Em cinco anos, o GACC cuidou da gente como se fôssemos irmãos. Fico muito feliz pela vitória do meu filho, pois fomos abençoados por Deus”.

Dona Marlene Batista, mais conhecida como “Bela” é mãe de um ex-acolhido, que faleceu há quase oito anos, Messias Batista, e refletiu que saudade sente sim, mas tristeza nunca.

Ela ressaltou que Deus, deu forças a ela para que suportasse a tristeza do diagnóstico de seu filho, mas apesar de saber da gravidade do problema dele, que faleceu com Leucemia aguda, Messias tinha muita vontade de viver e que, tanto ele, quanto ela, foram muito bem recebidos por todos, durante o período de dois anos e meio, em que frequentou o GACC.

“Messias era um menino muito bom, fazia amizade com todo mundo. Quando ele estava em casa ele sempre dizia que queria ir para casa de apoio. Ele se sentia melhor lá, do que em nossa casa. Ele adorava os passeios, as brincadeiras com os amigos, inclusive Carina e ele, eram muito amigos, brigavam muito, mas se adoravam. Por isso digo que o GACC é uma família, pois sempre nos acolheu muito bem. Sou amiga do pessoal e até hoje quando preciso de alguma coisa, eles me acolhem”, declarou dona Bela.

Mas como sentimento é algo para toda vida, a lavradora Maria da Conceição, mãe de Graziele, outra acolhida que não resistiu ao câncer, denominado Osteosarcoma que é um câncer nos ossos, discorreu que foi algo muito difícil de superar, apesar de ter mais sete filhos.

Maria da Conceição mora em Itapicuru na Bahia (BA), e revelou que trouxe sua filha à Sergipe em 2004, por ser mais próximo de onde reside. Explicou que optou pelo GACC por ter conhecido um voluntário da instituição chamado Davi, que segundo ela, foi seu anjo da guarda.

“Eu só tenho a agradecer por esses 11 anos que conheço a família GACC. É uma instituição muito importante para mim. Onde eu vou, sempre falo o quanto sou grata pelo que foi realizado para a melhora da minha filha. Foram medicações, cestas básicas, roupas, diversão nos passeios e festas, além de muito carinho de todos que fazem o GACC”, observou a lavradora.

 

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