Página Inicial “Meu nome é Isaias Silva dos Santos, tenho 20 anos e minha história é longa...”

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“Meu nome é Isaias Silva dos Santos, tenho 20 anos e minha história é longa...”

Tudo começou com uma queda. “Como sempre fui muito inquieto eu acabei caindo e bati as costas em um eixo de bicicleta, e passei muito tempo sentindo dor”. O incômodo insistente fez com que a mãe procurasse um pediatra e os palpites foram vários: gases, problemas de coluna, má postura. Depois de uma tomografia feita pelo Dr. Marcelo, no Hospital João Alves, atual Hospital de Urgência de Sergipe, foi descoberto um tumor localizado na coluna na chamada vértebra T5.

Isaias conta que passou um bom tempo internado à espera de uma cirurgia que na época não era nada comum no estado, enquanto o seu médico estava em São Paulo para estudar mais o caso e trazer a prótese que seria utilizada no procedimento. Durante a cirurgia a chance de não ficar paraplégico era de apenas 15%, o que deixava a mãe aflita, mas não a fez desistir.

O procedimento foi um sucesso. “Logo após a cirurgia pediram para eu mexer uma perna e eu já mexi as duas. Três dias depois eu já estava andando, de tão inquieto que era. Dr. Marcelo até tomou um susto quando esteve no quarto no quinto dia e eu não estava na cama. Ele foi muito importante para mim”, conta Isaias, que após a cirurgia ficou mais dois anos tomando quimioterapia, além de iniciar a fisioterapia para combater a fraqueza que por vezes sentia nas pernas. “Só que eu detestava, então depois de um tempo eu entrei na natação e essa passou a ser a minha fisioterapia. Foi quando comecei a tomar gosto pelo esporte e acabei saindo do SESI para um clube de natação competitiva”, explica.

O Grupo de Apoio a Criança com Câncer entrou nessa história logo no início, através da indicação da assistente social do hospital, que sinalizou a Casa de Apoio para ajudar no tratamento de Isaias. “O Gacc de imediato abraçou a causa e quis se prontificar a ajudar. Eu recebia cesta básica, passagem, de vez em quando eles chegavam até a me pegar em casa para me levar para a quimioterapia, pagavam exames que precisavam ser feitos particular, alimentação, remédios, tudo, o que eles puderam fazer por mim eles fizeram. A casa que a gente tem hoje, nós agradecemos ao Gacc, porque foram eles que construíram e eu sou grato até hoje, porque eu moro onde moro, tenho a casa que tenho, graças ao Gacc”, conta.

Mesmo muito jovem na época, Isaias guarda algumas memórias. “Eu via minha mãe e meu pai muito nervosos. Eu tinha um pouco de noção, o que não era uma coisa boa. Já tinha casos de câncer na família e entre amigos, mas eu também tinha muita fé e muita força de vontade, para mim era como uma gripe que iria passar logo. Eu pensava ‘Não tem o tratamento? Não tem o remédio? Então vamos fazer, eu vou ficar bom e pronto’. Eu sempre falei muito isso para minha mãe e acho que quando ela via essa força de vontade ela também se apoiava nisso”, conta ele, que enxerga esse pensamento positivo como algo muito importante durante o tratamento. “É tanto que meu cabelo não caiu durante a quimioterapia, eu não passava mal, não tive recaída durante o tratamento”.

Aprovado recentemente no concurso da Polícia Militar, Isaias conta que agora tirou um tempo para refazer seus exames e felizmente está tudo bem. Estudante de Ciências Atuarias na Universidade Federal de Sergipe, concursado também do Hospital São Lucas, e com pretensão de prestar o vestibular do IFS ainda este ano, Isaias não tem do que reclamar. “Está tudo como deve ser”. 

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