Na quarta-feira, 24, aconteceu a reunião do Projeto Encontros do mês de abril, que reúne os pais e responsáveis dos acolhidos do Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC). Mensalmente o projeto aborda temas relacionados ao tratamento ou outros assuntos que afetam diretamente o cotidiano das crianças.
Neste mês, em alusão à campanha de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) - Abril Azul - o encontro contou com palestra, realizada pela psicopedagoga convidada, Adelina Cintia, que conduziu as discussões sobre o tema.
“Eu digo que o autismo abre janelas para todos, porque quando a gente tem conhecimento, aceitamos e respeitamos as diferenças. Deus não fez todo mundo único, ele fez todo mundo diferente, justamente para aceitar a diferença do outro”, afirma Adelina.
A psicopedagoga reforça a importância de levar o tema às diversas esferas sociais, possibilitando um debate amplo.
“O GACC quando traz esse bate-papo com os pais, é para conscientizar, orientar e dizer para os pais que o autismo não é um transtorno, que vai ter uma cura ou que eu posso deixar isolado. Eu preciso cuidar, como se fosse uma criança recém-nascida, uma criança que está em desenvolvimento”, explica.
Realizado na Escola do Legislativo do Município de Aracaju, esta edição contou ainda com a participação de mães atípicas da instituição: a humanizadora do GACC Regimari Dias e a mãe de uma acolhida, Jacqueline Silva.
Na oportunidade os pais compartilharam histórias vivenciadas e casos comuns sobre preconceitos e tiraram dúvidas sobre o tema.
“Larissa, tem 5 anos. O primeiro diagnóstico dela foi com a esclerose, tuberculose e a epilepsia. Da esclerose. Ela fez uma avaliação com a psiconeuro, então veio o diagnóstico de TDAH. Com o tempo, o pai começou a observar algumas coisas, como andar pulando. Durante uma consulta com a pediatra, ela me olhou e disse ‘Jaqueline, ela tem autismo’. Ao fechar o diagnóstico, Larissa, com 3 anos, desenvolveu normalmente, andou e falou, tudo como uma criança sem qualquer parâmetro de autismo. Com 3 anos e meio, ela teve uma regressão”, relembra Jaqueline, mãe atípica.
Adelina também pontua a importância do desenvolvimento das pessoas com TEA, para que sejam adultos funcionais.
“Eu estou muito feliz com os depoimentos das mães, as preocupações, as dores são muito importantes para incentivar os filhos. O conhecimento abre portas e ajuda a qualidade de vida das nossas crianças. Então, ao ver as habilidades e as potencialidades dessa criança, podemos esperar que seja um adulto que trabalha, um pai ou uma mãe, e tenha a vida dele. É isso que nós como pais queremos”.
Alda Santiago/Jornalista - DRT 0002776
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