Angústia, desespero e revolta tomam conta da Sra. Judivan da Silva e do Sr. José Wilson, pais do pequeno Wesley Melo, 04 anos, que sofre de Paralisia Cerebral e morador do povoado Lagoa do Porco no município de Gararu a 160 km de Aracaju. Em março de 2011, os pais procuraram o Grupo de Apoio à Criança com Câncer com o pedido de ajuda para o tratamento do filho que vinha tendo crises de desmaio e falta de coordenação motora, na ocasião a instituição prestou total apoio encaminhando a criança para consultas com especialistas e realização de exames para diagnosticar e sanar o problema.
Em meio a todo o processo a criança teve um Acidente Vascular cerebral (AVC) e imediatamente os médicos solicitaram uma Ressonância Magnética, que foi realizada em um dos hospitais particulares da cidade, neste momento o pequeno Wesley se encontrava no CTI do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) começando a sua luta pela vida. Durante 2 meses e 11 dias o menino teve 3 paradas cardíacas e reagiu a todas elas mostrando força em querer viver e o quanto é guerreiro. Em junho de 2011 Wesley recebeu alta do HUSE com a orientação dos médicos e fisioterapeutas sobre importância de realizar as sessões de fisioterapia três dias na semana, já que a criança perdeu a coordenação motora, o que a família e nem o Gacc imaginava é que começaria ali a falta de compromisso e direitos negados pelo poder público do município de Gararu. De acordo com a família da criança, o carro da prefeitura pegava-o para realização da fisioterapia uma semana e passava duas sem ir, em alguns casos chegando a passar meses sem buscá-lo interrompendo assim, a continuidade do tratamento. Orientados pelo Gacc os pais procuraram a secretária de saúde do município, a secretaria de ação social e até mesmo o prefeito, mas infelizmente os direitos dessa criança continuam sendo negados.
Segundo o Supervisor de Comunicação Social do Gacc Fred Gomes que entrou em contato por telefone com a assistente social Lane funcionária da Secretaria de Ação Social do município a mesma sem entender sobre os direitos dessa criança explicou que como pai recebe o benefício, ou seja, um amparo social para prover o sustento da família é dever do mesmo pagar o transporte para levar a criança para o tratamento, e a falta de conhecimento dessa profissional vai além, a mesma ainda informou que não é obrigação da prefeitura oferecer o tratamento de fisioterapia e nem tão pouco ceder o veículo, que os profissionais de assistência social não leiam isso. Infelizmente o absurdo não acaba por aí, ao entrar em contato com o Secretário Municipal de Saúde Sulivan Albuquerque informou que está sendo adquiridos dois veículos para suprir a demanda e que a família dessa criança tenha paciência, explicou o secretário. É isso mesmo que vocês acabaram de ler “A FAMÍLIA TEM QUE TER PACIÊNCIA”. Indignada a mãe do pequeno Wesley desabafa “me sinto mal, revoltada porque eles podem fazer pelo meu filho e não fazem, já estou perdendo minhas forças para lutar.”
De acordo com uma das advogadas do Gacc Sergipe, a Drª Patrícia Erlichman relata que o amparo social recebido pela criança é um direito do paciente e o dinheiro não é para ser redirecionado para aluguel ou locação de veículo durante o tratamento. Comentou ainda, que a informação passada pela assistente social foi equivocada e totalmente sem noção. Segundo a advogada o papel da assistente social é orientar o paciente sobre os seus direitos e não descartá-lo tirando a responsabilidade do poder público, uma vez que é obrigação do município ceder o carro.
A direção do Gacc Sergipe já passou o caso para o setor jurídico da instituição que vai entrar com uma representação no Ministério Público de Sergipe, para que esta e demais crianças tenham um tratamento digno e que representantes do poder público daquele munícipio passem a ter respeito aos portadores de deficiência assim como outras enfermidades.
Por Fred Gomes e Marieta Melo
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